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28

Mai 19

Armadilhas Cognitivas e a Percepção

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O que você estava fazendo no dia 11 de setembro de 2001?”

Bem provável que o leitor, se já tinha determinada idade nessa época, tenha lembranças até de detalhes do advento ocorrido nessa data.
E agora importante observar o seguinte:

“O que você estava fazendo no dia 11 de setembro de 2018?”
É bem provável que não tenha lembranças de detalhes desse dia, a menos que tenha ocorrido algo impactante ou importante.

Por que esse advento acontece se o evento de 2001 aconteceu há 17 anos e mesmo assim, as lembranças estejam tão vívidas?
Daniel Kahneman, embora atuando no mundo da psicologia, foi nobel de economia, pelos seus estudos sobre “as tomadas de decisões nas incertezas”, e também escritor de várias obras, entre elas “Rápido e Devagar”; que traz uma abordagem interessante sobre as experiências e memórias e que podem trazer contribuições importantes para entendimento desse fenômeno.

AS PESQUISAS
Foi realizada uma pesquisa em que os participantes tinham que colocar suas mãos em um recipiente com água muito gelada.
SITUAÇÃO 1: os indivíduos ficavam apenas 1 minuto com a mão submersa na água gelada, e no final do período era acrescentado água ainda mais fria.
SITUAÇÃO 2: um pouco pior, pois o indivíduo ficava por 2 minutos com as mãos submersas nessa situação.
SITUAÇÃO 3: o tempo da experiência aumentou para 3 minutos, no entanto, nos últimos segundos foi acrescentado água morna.
CONCLUSÃO: por mais incrível que pareça, todos os participantes, mesmo expostos por mais tempo, com a mão na água gelada, preferiram a terceira situação.

Kahneman, até cita o exemplo de um indivíduo que teve uma viagem de férias maravi- lhosa, durante 30 dias, porém no seu retorno perdeu suas malas. Bem provável que essa pessoa fique apegada a esse advento, e esqueça dos 29 dias que passou curtindo maravilhosamente.
De acordo com seus estudos, percebeu que as memórias se organizam de acordo com a variação de estado, ou seja, o impacto emocional é que marca e faz com que a memória, mesmo que antiga pareça tão atual e possibilite, até mesmo, resgate de detalhes sobre a experiência. Resumindo, não é o tempo em que aconteceu, mas sim o impacto emocional do momento é que gera uma determinada intensidade no registro mental dessa memória e que faz com que ela esteja tão latente.

CONCLUSÃO
De acordo com o autor, citado anteriormente, o presente dura cerca de 3 segundos, após isso, já se tornou passado.
Nesse sentido,  baseados nos estudos, cabe lembrar tantos casos de irmãos que se davam tão bem, e de repente em um momento de “cabeça cheia” falou algo que não devia. Isso é o suficiente para abalar o relacionamento e muitas vezes ficarem a vida inteira sem voltar a se falar.
Outra situação, um colaborador que trabalha em um local e de repente seu líder fala de uma maneira estúpida ou faz algo que lhe desagrada. Provavelmente, esse liderado perde o desejo de ficar nesse local, mesmo que esse tenha sido o melhor emprego de sua vida.
Ou até mesmo a percepção de um indivíduo sobre a vida, tendo todos os motivos para ser feliz e pleno, e por alguma eventualidade, fica apegado a esse momento e esquece de reconhecer tudo de bom que já tem.

COMO SAIR DESSA ARMADILHA?
Como se sabe, o apego a memórias e lembranças que provocam dor, ativam a área da dor no cérebro. Qual o problema disso? Descarga de cortisol na corrente sanguínea, provocando stress, adoecimento e outras patologias.

CURIOSIDADE: De acordo com estudos da Organização mundial da Saúde, 6 minutos de lembranças dolorosas, ou lembrando quem lhe magoou, pode abalar a imunidade por até 6 horas. O oposto também é verdadeiro. 6 minutos de boas lembranças elevam a imunidade por até 6 horas. Sendo assim, como desenvolver uma mentalidade em que seja possível reconhecer, valorizar e até se beneficiar de boas memórias? Pesquisas de ressonância revelam que o fato de a pessoa entrar em contato com uma experiência que tenha sido boa, superação de desafios, ou outras lembranças agradáveis, independente da época em que foram vividas, produz os efeitos benéficos no corpo, gerando produção de serotonina e outros hormônios do bem-estar. O curioso é que isso acontece como se a pessoa estivesse vivendo naquele exato momento. Sendo assim, como, então, orientar a mente para valorizar os bons momentos e amenizar o impacto de lembranças negativas? Veja as dicas a seguir:

DICA 1: todos os dias fazer a seguinte avaliação: Por que valeu a pena viver o dia de hoje? Com essa reflexão, o indivíduo acaba treinando seu cérebro para perceber coisas boas até mesmo, diante das adversidades.

DICA 2: a prática da gratidão. Talvez agora, avaliando o estudo de Kahneman, seja possível entender o poder dessa prática. Afinal, uma mente agradecida, valoriza e reconhece tudo de bom que acontece para a pessoa. Convido você a observar os seguinte: “Imagine um balão. E nesse balão você vai encher colocando todas os seus defeitos. Ele enche em toma conta do seu campo de visão. Se nesse balão só tiver defeitos, o que acontecerá com as qualidades? Não serão percebidas. Por outro lado, se enchê-lo com qualidades, o que acontecerá com os defeitos? Perderão a importância não é mesmo?” Talvez agora seja até possível perceber ainda mais o poder dessa prática.

DICA 3: essa sugerida pelo autor citado anterior- mente. Fazer um álbum de imagens em que a pes- soa vivenciou bons momentos. Só o fato de entrar em contato com cada foto, cada pessoa que fez parte de sua história e lhe contribuiu de alguma maneira, será fundamental para encher o coração de boas recordações e a pessoa será tomada por uma sensação imensa de bem-estar.

Com essas dicas não parece tudo tão simples? E é!! Basta se dar a permissão para capacitar suas habilidades cognitivas para acessar e valorizar tudo de bom que já se tem e assim, viver uma vida mais plena e feliz!! Pensa nisso!

 

*Artigo escrito por Silvana Macedo para a terceira edição da Revista Conexão Moderna 

Maio 2019

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